Verdade seja dita que as cafeterias moderninhas andam se esforçando em fazer o cliente se sentir em casa. Nada daquele café tomado com pressa no balcão. As cafeterias fazem verdadeiras salas de estar pra trazer um clima informal, com revistas, wifi aberto e principalmente sem atendentes tentando provocar o consumo doa clientes. Particularmente acho que nada combina melhor com um bom café do que o clima informal.
Nesta linha esbarrei outro dia com o Sofá Café em uma ruazinha movimentada de Pinheiros atrás da Av. Faria Lima. Uma casinha simpática já reformada pra criar um ambiente aconchegante de quem não está com pressa. Na primeira sala de quem entra poltronas e sofás formam conjuntos com mesas de centro estilo anos 50 convidando a sentar e deixar lá fora um pouco da correria cotidiana.
O café é tratado com respeito. São grãos da região de Mococa (SP) fornecidos e torrados pela Isabela Raposeiras, dona do Coffe Lab e barista que já virou mais do que referência de qualidade aqui por estas bandas paulistanas.
Mas o pessoal do Sofá Café tá pensando mais além e já montou sua salinha no segundo andar com uma torrefadora própria. Em breve vai ter cheirinho de café torrado inundando o ambiente com grãos da mesma origem.
Sofá Café
Rua Bianchi Bertoldi, 130
Pinheiros
São Paulo
phone: 11 3034.5830
www.sofacafe.com.br
Horário de funcionamento:
De segunda a sexta-feira das 9h00 às 18h30
Sábado das 10h00 às 14h00
Domingos e feriados não abre
19 de abril de 2013
13 de abril de 2013
O café quase salgado das cafeterias norte-americanas
Café curto "quase salgado" do pequeno Telegraphe em Nova York |
Tem gente que gosta de viajar e provar novos estilos de
vinho, gente que gosta de procurar livros. Eu gosto de experimentar cafés.
É um hábito já bem antigo. Viajar e provar cafés por ai na
curiosidade de entender como é o gosto de cada pais e de cada povo. Muitas
vezes em uma tarde andando em alguma cidade tomo 3 ou 4 xícaras apenas pelo
fato de não resistir a provar o espresso da cafeteria que aparece em cada
esquina.
Acredite varia muito no cafezinho de cada lugar do mundo.
Mesmo a forma como o café é torrado tem características que se pode perceber
diferentes e de alguma forma está relacionado com o paladar médio de cada
população.
Quem viaja para os EUA está acostumado a encontrar o famoso
cafezão, super quente e aguado. No passado pra quem não é adepto do cafezão que
os norte-americanos tem o hábito de tomar viajar por aquelas bancas era um
suplício. Hoje em dia ainda existe salvação nas cafeterias tipo Starbucks, que
embora não sirvam um espresso dos melhores pode servir de oásis para quem
deseja um espresso minimamente decente em uma cidade do meio-oeste
norte-americano.
Em cidades maiores como Nova York, Miami, Boston e tantas
outras uma moda de café espresso estilo europeu vem tomando conta lentamente e
criando novas opções. Algumas de altíssima qualidade. Vou citar a Aroma
Espresso que tem lojas tanto em Nova York como em Miami e é segurança de um
ótimo espresso servido na xícara e não naqueles copinhos de papelão que o
Starbucks usa mesmo para o café normal. O fenômeno se repete em várias outras cafeterias, algumas muito pequenas e totalmente européias, como a Telegraphe (na foto).
Mas mesmo em uma cafeteria de qualidade, estilo europeu como
é o caso da Aroma o sabor do café está em linha com o que se encontra em outras
cafeterias dos EUA. Um café torrado ao extremo, com um amargo reforçado e
sabores menos suaves. Na minha impressão pouco especializada um resultado do
café torrado um pouco além do ponto que estamos acostumados por aqui. Quando
bem tirado, curto e forte o resultado é uma bebida quase salgada. Não chega a
ser ruim, ainda que pessoalmente goste mais do sabor mais equilibrado, mas é
curioso como o efeito se repete mesmo nas cafeterias mais modernas.
Quem compra um pacote de café em grãos do Starbucks nas
lojas aqui no Brasil vai encontrar este
sabor. Um sabor que acaba sendo diluído nas bebidas cheias de leite, cremes e
outros ingredientes que fazem sucessos nos cafés estilo norte-americano. Talvez
por isso um motivo para forçar tanto o sabor do café levando o grão ao extremo.
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